sábado, 7 de junho de 2008

Tic-Tac-Tic-Tac-Piuiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!!

Nas linhas que se seguem, vamos embarcar numa viagem em que o principal objetivo seria observar o perfil dos usuários do sistema ferroviário cearense. Mas como os trilhos da vida nos fazem percorrer caminhos que não imaginamos, o trabalho mudou de rumo e se transformou em um pulsar de experiências únicas, além do que se poderia prever.


DIÁRIO DE BORDO – ESTAÇÃO JOÃO FELIPE

8h05 – Chego ao centro da cidade. O céu está nublado. Parece que vai cair uma chuvona. Pode ser que a viagem fique mais interessante. Pego meu guarda-chuva e sigo em direção à estação. A manhã está fria, como eu nunca mais tinha sentido. Quando atravesso a rua e olho para o prédio da estação João Felipe, com aquela arquitetura tão diferente da atual, por frações de segundos regresso a um passado que não vivi, mas que meu pai viveu e me contava quando eu era criança. Segundo ele, Fortaleza mais parecia um grande sítio, com muita terra inexplorada e com uma brisa forte que deixava o clima mais ameno que o atual. Naquela época, os homens usavam paletó no dia-a-dia, dá para acreditar? Eita... eu acho que a viagem já começou antes mesmo de chegar à estação.

8h10 – quando pus os pés na estação, senti algo familiar. O piso é parecido com o da varanda da minha antiga casa, onde eu tanto brinquei e vivi uma infância muito feliz. Eu acho que a palavra de hoje é saudade. Está difícil conter a lágrima que quer cair.

8h15 – minha dupla comunicou que dormiu demais e agora que está saindo de casa. A Clarissa, que vai com a gente, atrasou também. Opa... não vamos deixar que a saudade se transforme em raiva: -“Tudo bem, Raquel, eu espero”. Sai, raiva... lembre-se que o ócio pode ser produtivo... pronto, respirei! Tem uns colegas da turma entrevistando alguns usuários de trem. Ensaiei algumas palavras com eles, mas estavam ocupados demais. É melhor ficar na minha! Vamos circular e tirar fotinhas que é melhor.
Agora tem um trem chegando. Engraçado... quando criança, eu achava que o trem fazia “tic-tac-tic-tac-piuiiiii”. Mas o barulho de verdade é outro. Acho que prefiro o da minha lembrança criativa.
Encontrei um painel lindo. Mostra a trajetória do surgimento da ferrovia com base no trabalho escravo. Também mostra a época em que o trem era transporte de elite e a contribuição das estradas de ferro para o desenvolvimento da economia. É uma pena que esse painel fique em um lugar isolado. Hoje em dia o tempo das pessoas é tão curto que acho que poucos percebem a existência dele ali.

8h25 – decidi escrever este diário de bordo. A partir de agora os relatos serão descritos em tempo real. Será que vai valer à pena? Se você gostou do que leu até agora, continue. Caso contrário, eu me despeço de você por aqui!

8h40 – Lembra da minha dupla? Voltou a me ligar dizendo que se eu quisesse, poderia ir sozinho que ela iria depois. Nem deu raiva dessa vez! Acho que o tempo está sendo proveitoso... pelo menos para mim, não sei para você. Mas já que continuou a leitura... vamos nessa que a viagem está apenas começando.

9h – Eita! Esse povo não chega! Vou já comprar meu bilhete. Não vai ser ruim viajar sozinho. Por falar em sozinho, estou sentado bem no meio de um banco, no centro da estação. Parece que ninguém senta aqui. Todo mundo só passa... quantas histórias já passaram e não ficaram? Quantas ainda estão por vir? Pela primeira vez alguém pára para observar aquele painel que eu falei. Braço cruzado... deu uma olhadinha e foi embora. Será que ele captou a mensagem ou foi só mais um dos desenhos que os artistas “que não têm o que fazer”, fazem? Não vou perguntar. Prefiro crer na primeira alternativa. Vou lá comprar meu bilhete, senão não saio daqui. Licença, viu?

9h15 – Aê!!!! Elas chegaram! Vamos embarcar!

9h30 – Olá... vamos ao primeiro contato de dentro do trem! Poxa... não custava nada ser um vagão daqueles do Metrofor, né?! Esse vagão é velho, maltratado... daqueles que as portas nem fecham mais. As janelas têm grade. O que era para ser vidro foi trocado por uma placa de acrílico que impede quem está sentado de ver o que há lá fora. Pelo menos a porta quebrada tem alguma serventia. Tem um rapaz escorado nela. Vento no rosto e olhar distante. Acho que o pensamento dele não está nesses trilhos! A imagem é bastante poética.
Um pouco antes da primeira parada, tinha uma moça sentada a nossa frente. Aparentava ter uns 25 anos. Batom forte na boca e um olhar fixo nas minhas “companheiras de aventuras”. Um olhar de encantamento para cada detalhe da roupa. Nas brincadeiras ela sorria junto. Acho que ela percebeu meu interesse no seu olhar. Mas a estação dela chegou. Lá se vai mais uma história de vida fugindo pela porta quebrada. O nome dela? Eu nem sei... também, não perguntei, né?! É melhor assim!

9h40 – Olhaê! Agora nós temos policiamento no vagão! Pelo menos isso de bom em um trem entregue ao descaso. É engraçado... as meninas estão encantadas. Flashs para todos os lados... estou com elas, mas estou sozinho na solidão das minhas letras. Isso é bom pra caramba. Será que vicia? Tomara que sim!

9h50 – Olha só!!! Fizemos amizade com as pessoas sentadas próximas de nós. Lembra daquele rapaz de quem falei que estava na porta com o olhar bem distante? O nome dele é Ítalo. A gente conversou e eu descobri uma coisa que me decepcionou um pouco. Ele disse que naquela hora que estava na porta, ele não estava pensando em nada. Tava só olhando a paisagem mesmo, acredita? Pensei que o pensamento dele fosse outro, altamente reflexivo... estive completamente enganado... acho que entrei mesmo no espírito da “viagem”! Ele disse que trabalha na Vicunha, mas que naquele momento não estava indo para lugar nenhum... estava só passeando para matar o tempo. Achei estranho... ele estava de mochila e tudo... quem é que vai matar o tempo de mochila nas costas? Acho que na verdade, ele é mais um dos encantados com as meninas e desviou a rota do trabalho para ficar um tempo a mais perto delas... será? Isso eu não perguntei!!!! Hehehe
A Raquel está promovendo um verdadeiro show de humor nesse vagão. Ninguém pára de rir. Na nossa frente estão a Michele e a Ermínia, que são mãe e filha. Perguntaram se nós somos turistas... já pensou nisso? Ao meu lado está a Sandra. Cheia de sacolas... trabalha vendendo várias coisas, lá em frente a Aço Cearense do Genibaú. Ela começou a viagem com um olhar triste. Agora sorri com o “parafuso solto” da Raquel, como ela falou.

10h – Tem cara nova no trem. O que antes era vagão de trabalhador, agora está com uma carinha mais de gente aposentada. Rostos cansados de quem já deu muito duro na vida e ainda continua na batalha.
Agora não é mais o Ítalo quem olha pela porta. Tem outro rapaz. Mas dessa vez não vou dar palpite no pensamento dele. Da última vez, me lasquei!
Conversando com o Ítalo, descobri o motivo das grades nas janelas. O povo joga pedra no trem. Que triste, né?! Se não bastasse a falta de conservação, o povo ainda maltrata o pouco que resta!

10h13 – Mais uma estação. A última. Estamos em Caucaia. Os policiais foram embora. A Sandra também. Foi fazer suas vendas, conhecer mais pessoas com o “parafuso solto” e voltar para casa com um dinheirinho no bolso (ou não) e as lembranças do dia, que o trem não é capaz de levar. Aqueles velhinhos foram embora. O Ítalo continua sentado a nossa frente. Agora chegou um casal de... não sei se são namorados ou casados. São tão legais eles dois. Mas acho que são mesmo namorados. É... não têm alianças. Estão naquele clima de primeiros meses. Devem trabalhar juntos ou próximos um do outro. O Ítalo tem 22 anos. O que reforça minha tese do interesse dele nas meninas!!! ehehehe

10h37 – Raquel e Clarissa aqui do meu lado conversando sobre amores... e eu pensando, cá com meus botões, o quanto eu sou ignorante. No início da viagem, quis desvendar os segredos das pessoas na minha solidão, só observando. O Ítalo me ensinou que isso é impossível. As meninas, com o jeitinho turista de ser quebraram as barreiras... a proximidade com nossos companheiros de viagem foi muito mais pedagógica. Ainda bem que esperei por elas. Sozinho, nada seria tão proveitoso.

10h43 – Depois de mais uma estação, temos menos companheiros. Ao meu lado, no lugar da Sandra, um rapaz estuda inglês. Na minha frente está uma moça... nova ainda, aparenta seus 20 e poucos anos, mas com cara de sofrida. Ela usa cadeira de rodas. Os joelhos sujos e feridos denunciam como ela deve se locomover em casa. Ela está com duas acompanhantes. As três parecem ser irmãs. Engraçado... o olhar delas também ficou boa parte do tempo para as meninas. Mas agora, o olhar da mais nova está voltado para mim. Deve estar se perguntando: “o que esse doido tanto escreve”? Lá vou eu com meus “achismos” que quase nunca dão certo.
E eis que entro na quarta folha da minha agenda. Nunca escrevi tanto, nem na época da caligrafia. Acho que é por isso que minha letra é tão feiosa assim.
Que sensação estranha de ser observado. Parece que estão dando o troco! Dá vontade de dizer: “Hey! Olha para lá que sou eu quem tem que te observar”. Ainda bem que elas não anotam nada. Não vou correr o risco de ter um pedaço da minha vida contado por outro alguém em um blog... no máximo chega a uma conversa de amigas e olhe lá. Acho que ver uma pessoa escrevendo feito louco num trem chacoalhante não gera pauta nem pra mais besta das conversas!

10h55 – olho pela janela pela última vez. Vejo as cruzes do São João Batista, cemitério que fica próximo à nossa estação de partida e chegada. Está dando um aperto no peito. A moça da cadeira de rodas sorriu pra mim. Por que será? Como deve estar minha cara? Não sei! Só sei que por dentro, a vontade é de continuar.
Todos se levantam. O trem pára. Poxa... uma multidão saindo do trem. Tinha bem mais gente do que eu imaginava. O Ítalo se despediu e se perdeu no meio do povo. Nós ficamos aqui na plataforma, parados. Comentando o que passou e o que ficou, enquanto que o trem parte para uma nova jornada de encontros e desencontros da vida. É hora de fechar meu caderninho... as meninas estavam falando comigo feito doidas e pararam para eu terminar de escrever... as palavras cessam... mas a imaginação continua... até um dia... quem sabe? Nos encontrarmos todos outra vez! Foi bom pra você? Foi muito bom pra mim!

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Google: poderosa ferramenta acadêmica, mas também pode vir a ser dedo-duro

Nájila Cabral é professora do Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará (Cefet-CE). Pesquisadora acadêmica há mais de 12 anos, trabalha no Laboratório de Energias Renováveis e Conforto Ambiental, vinculado à Gerência da área de Construção Civil do Cefet. Hoje, é doutora em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). Nesta entrevista, Nájila discorre sobre as vantagens e desvantagens do Google como recurso de pesquisa acadêmica e sobre sua experiência em lidar com as ferramentas do Google. A pesquisadora também dá dicas de como aperfeiçoar as buscas de conteúdos para teses, dissertações e monografias na rede. Nájila lembra ainda que os pesquisadores desonestos podem até se utilizar do Google, mas também podem encontrar sua punição por meio dele.

Por Julião Jr. e Pery Negreiros

O Google é uma ferramenta utilizada em pesquisa usualmente?

Sim. Tanto os pesquisadores professores como os pesquisadores estudantes, de iniciação científica, da graduação, mestrado e doutorado, têm utilizado as ferramentas do Google para pesquisas científicas.

Existem algumas vantagens e desvantagens. Quais são essas vantagens para os pesquisadores?

Na medida em que a gente tem uma ferramenta de busca como o Google, ela permite, dentro de toda a rede mundial de computadores, o acesso a arquivos, tanto em língua portuguesa como em outras línguas, a bancos de dados e informações existentes depositados nessa rede. O que antes de uma ferramenta como o Google ou de outras ferramentas parecidas, como esses sites de busca, a gente só tinha acesso por intermédio de periódicos nas bibliotecas. Com ele, você tem acesso a bibliotecas digitais e uma série de dados e informações que estão disponíveis.O que antes era de acesso restrito...Que antes eram restritos aos locais de acesso de maneira escrita.

Pesquisa é um negócio muito sério e todo mundo coloca o que quer na internet. Como é que a senhora utiliza o Google para ter segurança naqueles dados pesquisados por meio dele?

A gente costuma falar sempre para os alunos que devemos tomar cuidado com os instrumentos. E o Google é um instrumento, uma ferramenta. E, conforme você colocou, existem diversos sites e arquivos disponibilizados na rede, alguns com referências, outros que a gente costuma chamar de “lixo”. Então, é interessante que o aluno e o pesquisador tenham ciência que os dados com os quais eles vão se referenciar, se reportar, no Google, devem ter esse lastro cientifico. Caso contrário, eles devem ser negligenciados, deixados de lado.

Com sua experiência em bancas de mestrado e doutorado, a maioria dos alunos usa bem essa ferramenta ou está fazendo pesquisa de uma maneira errada?

A gente tem verificado junto aos alunos de iniciação científica, graduação, mestrado e doutorado que eles têm utilizado essa ferramenta como busca de artigos e teses disponíveis em bancos de dados virtuais e que, alguns, infelizmente, não têm agido de forma legítima ou legal, ou seja, fazendo cópias não autorizadas. Já tive algumas ocasiões em que alunos copiaram trabalhos que estavam disponíveis na rede – por intermédio do Google, basta colocar um assunto específico que você queira – e trocaram o nome do autor pelo nome do aluno e entregaram o trabalho. Isso é tipificado em lei como plágio.

Então, o Google é um pouco de dedo-duro nesse momento?

Assim como os alunos têm a facilidade de acessar os arquivos, os professores também têm. Então, não é tão difícil, para o pesquisador, encontrar os caminhos que os alunos encontraram para fazer download de alguns arquivos.

A senhora poderia dar algumas dicas aos alunos que estão para fazer monografia no sentido de que o Google os ajude a fazer suas pesquisas?,Pois, para muitos, é um momento meio que desesperador...

Eu gosto muito do Google acadêmico, que é uma ferramenta do próprio Google, que te dá acesso realmente a um banco de dados científico e acadêmico, com teses dissertações, artigos em periódicos e em revistas especializadas. Então, isso garante uma base de dados com critério e referência. E isso para academia é interessante. Algumas outras ferramentas disponíveis no Google, como o Google Earth, são bem interessantes para que os alunos, por exemplo, de Geografia, Arquitetura e Urbanismo, ou pessoas que trabalham na área ambiental, possam visualizar o espaço geográfico. Então, o Google te dá um leque de informações, de possibilidades, de instrumentação, que te facilita de alguma forma, mas é preciso realmente ter consciência do que se está fazendo, do que se quer, para poder ter um resultado satisfatório.

Com sua experiência, o que o Google significa para a senhora, como pesquisadora?

Facilitou bastante a vida do pesquisador, porque é um site de busca, mas que pode ser chamado de site de pesquisa. Mesmo não conseguindo ir direto para aquele endereço eletrônico desejado, a gente consegue mais ou menos uma direção para conseguir a fonte primária, como a gente costuma falar, as quais a gente está sempre em busca. Mas não apenas o Google é importante, pois existem outros sites que deveriam ser mais procurados pelos estudantes e que dão acesso, inclusive, a dados mais amplos, como o Altavista. Para o acesso a periódicos, indico aos meus alunos que procurem no Capes, onde você tem uma base de dados interessante para a área de conhecimento.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Podcast: Capacidade e Possibilidades


O Brasil parece ainda não ter descoberto o leque de oportunidades e possibilidades que um simples podcast pode proporcionar. Mesmo com a história recente da tecnologia que, iniciou em 2004, muita gente já ganha dinheiro em países como os Estados Unidos. Uma pesquisa feita pela empresa americana Emarketer aponta um total de gastos de propaganda em podcasts por volta de 80 milhões de dólares só no ano de 2006. Para este ano de 2008, a previsão é de um montante que chegue a 240 milhões de dólares. Vale ressaltar que o universo de ouvintes de podcasts nos EUA não é tão grande. Deve atingir 15 milhões apenas em 2010. Em nosso país as estimativas de público também são positivas. De acordo com o portal PodBrasil teremos uma demanda de mais de 13 milhões de usuários até 2009. Com a diminuição dos preços de equipamentos eletrônicos como players de mp3 e computadores pessoais, esse número pode se tornar ainda maior.

Como toda ferramenta de interatividade, o podcast pode proporcionar uma gama de benefícios para seus ouvintes e produtores. Entretenimento, ensino e educação são as temáticas mais pertinentes atualmente, mas uma boa idéia pode ser a da utilização em treinamento de empresas. A cada dia o funcionário recebe a atualização de seu curso de capacitação no momento em que abre a sua estação de trabalho. Um jeito rápido, fácil e simples de ser implantado e que significa redução de gastos para os empresários.

Um dos destaques do podcast é justamente a possibilidade de personalização de conteúdo. Com o avanço de tecnologias, essa tendência deve ficar ainda mais aguçada. Em breve o usuário poderá montar um programa de 60 minutos que tenha, por exemplo, 5 notícias locais, 4 nacionais e 3 mundiais, além de escolher algumas músicas e vídeo-clips. O que antes seria uma hora de um programa monotemático, ganhará as asas da imaginação do usuário.

Só nos resta esperar para vermos até que ponto tudo isso irá chegar.

Leia mais:
As convergências, os podcasts e os integrados
Podcast: A tecnologia
Podcast: O perfil do usuário

terça-feira, 25 de março de 2008

Web 2.0 - Um novo conceito em meio a um mundo de informação

Quem ainda hoje imagina que o conteúdo da internet é algo fechado, restrito única e exclusivamente a profissionais que detêm profundos conhecimentos dos códigos de linguagem de programação, está muito enganado. O conceito de “internet colaborativa” ganha espaço e o simples usuário doméstico, acostumado a usar seu computador como uma máquina de escrever mais sofisticada, agora tem a oportunidade de publicar o que sabe (e até o que não sabe) na internet, de forma rápida e sem qualquer dificuldade. O avanço tecnológico e de programação deixou as plataformas de trabalho mais simples e intuitivas.

Na enciclopédia eletrônica Wikipédia, por exemplo, basta se cadastrar para inserir qualquer tipo de conteúdo ou, até mesmo, editar os já existentes. No Orkut, pode-se dizer que você passa a ter um cadastro pessoal mundial, onde é possível encontrar amigos do jardim da infância ou até mesmo conhecer alguém do outro lado do mundo. Mas a grande febre da Web 2.0, chama-se blog.

De simples diário de adolescente a meio jornalístico, a ferramenta já conquistou milhões de adeptos ao redor do planeta. A informação ganhou um novo veículo de difusão; rápido, mas nem sempre seguro. Mas como toda tecnologia se renova constantemente, resta-nos agora esperar o que está por vir.

terça-feira, 11 de março de 2008

Blog - Canal de expressão e quebra de fronteiras

Quem tem um pouco mais de 20 anos lembra muito bem dos famosos diários; caderninhos com fechadura onde as garotas escreviam o que sentiam pelos paquerinhas, seus pensamentos, desejos e segredos mais íntimos. O conteúdo, quando muito, era mostrado apenas para as amigas mais chegadas.

Pois bem, o que antes era sigiloso passou a ganhar amplitude com a chegada dos computadores e, principalmente, com a facilidade de manipulação de conteúdos na internet. Os blogs foram responsáveis por uma transformação de comportamento. A partir do ano 2000 os brasileiros começaram a seguir um movimento mundial de publicar, na rede, um diário íntimo, onde a livre expressão ditava o conteúdo.

Desde 2005, a estudante de jornalismo Bárbara Calixto mantém um fotolog, mistura de blog com álbum de fotos. Dentre as várias páginas é possível acompanhar o cotidiano da estudante, seja entre família ou amigos. Bárbara diz que mantém a página pela necessidade de partilhar suas experiências. Segundo ela, “essa uma forma de compartilhar e registrar momentos importantes da vida, com a segurança de não perder o conteúdo”, destaca.

O também estudante de jornalismo Pery Negreiros nunca sentiu o interesse de publicar seu cotidiano na internet, mas não descarta a possibilidade de construir um blog com assuntos profissionais. “A idéia é criar um blog para publicar os textos jornalísticos que produzo nas disciplinas, como forma de portfolio”.

Fugir da intimidade das páginas pessoais é uma nova tendência dos blogs. A cada dia surgem páginas de conteúdo jornalístico que, em algum caso, contribuem para a agilidade da informação. O aspecto negativo é o fato de não haver segurança na idoneidade daquele conteúdo, por muitas vezes não estar vinculado a um veículo sério de comunicação.
Mas o espaço está aberto e é bastante democrático. Cabe a você iniciar o caminho e perceber aonde chegará. Boa viagem!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Quem disse que só os grandes devem ser vistos?


Representantes de pequenas e médias empresas, além de alunos de publicidade e propaganda participaram, na noite de ontem, da terceira edição do seminário "Comunicar e Crescer", organizado pela Associação Brasileira de Agências de Publicidade - ABAP

O publicitário Stalimir Vieira desmitificou alguns receios sobre como transformar pequenos empreendimentos em marcas de valor. Segundo ele, "empresas regionais que investem menos em publicidade pagam um preço alto por esta postura, devido ao avanço das marcas nacionais que nunca deixaram de anunciar". O publicitário comparou a mente do consumidor a um grande loteamento: “Quem for mais rápido vai comprando os lotes e virando dono do terreno. Não importa se é regional, nacional ou multinacional”, alerta.

Sobre a falta de investimento pelas empresas de pequeno e médio porte, Stalimir avalia a realidade financeira do segmento em relação a outras organizações. Este fator alia-se à percepção equivocada sobre o custo do marketing e da propaganda. “O conceito de caro e barato é relativo. Caro é aquilo que não traz retorno; é dinheiro jogado fora. Ficar parado e perder mercado, por exemplo, pode não ter custado um centavo, mas é caríssimo”, explica.

O objetivo principal do projeto “Comunicar & Crescer” é levar orientação ao pequeno e médio empresário sobre a importância da publicidade e do marketing em seus negócios.